domingo, 11 de maio de 2014

Recomeço - 6

Eu não gostava muito dessa ideia de amar, por vários motivos como por exemplo ciúmes, era difícil fingir que eu não me importava com a ideia de que Joe estava a fim de outra pessoa. Odiava também quando nossas conversas não duravam muito, eu me sentia mal, como se tivesse sido ignorada. E ao mesmo tempo eu conseguia me sentir feliz por tê-lo ao meu lado, eu estava certa de que nossa amizade era muito mais importante do qualquer coisa e não seriam meus sentimentos que estragariam isso.

...Tudo já havia fugido do meu controle quando me dei conta, era cada vez mais difícil esconder o que eu sentia, mas na verdade só havia contado tudo para a Sel, que disse que não aprovava e que eu iria acabar sofrendo e me decepcionando, eu não discordei, afinal esse seria o meu futuro mais provável mesmo, porém a gente ainda não manda no coração né...

-Hey Dems. - Joe veio me visitar em uma tarde qualquer. Decidimos assistir a qualquer filme aleatório.
-Estou com sono. -eu disse na metade do filme.
-E eu acho melhor a senhorita não dormir.
-Por que? - Perguntei manhosa, era incrível como eu ficava carente quando estava com sono.
-Menos drama por favor, só digamos que haverá consequências...
-Eu não tenho medo de você Jonas. -Respondi com meus olhos fechando.

Não consegui ouvir a resposta dele, peguei no sono naquele mesmo instante... Não demorou muito para eu começar a me contorcer, rir e gritar, sim, Joe estava me fazendo cócegas e eu odiava aquilo.

-Pa-pa-para J-j-joe. -eu já estava ficando sem ar...
-Você não disse que não tinha medo?... - Eu pulei do sofá para o chão, me encolhendo para evitar que ele pudesse começar a fazer cócegas novamente.
-Desculpa, eu tenho, eu tenho, agora para. -implorei.
-Fraca - ele debochou.
-Eu sei seu ponto fraco, acho bom não provocar.
-Sem graça. -ele fez uma careta e depois olhou o relógio. - Eu tenho que ir Dems.
-Lhe apresento a - virei-me para ficar de frente para a porta - saída. - apontei com os dois braços.
-Nossa, que amiga mais sensível eu tenho.
- Estou brincando - ri e me levantei. - vou pegar a chave.

Depois que ele foi embora senti um vazio na casa, e em mim, sim, eu já estava com saudades dele. As vezes eu me odiava por isso, a nossa amizade era tão boa, por que simplesmente não me contentar com isso? Por que eu precisava querer mais? Por que eu tinha que ser carente o suficiente para me apaixonar pelo primeiro que demonstra se importar comigo? Eu era estúpida, a única coisa de que eu tinha certeza naquele momento.

Era estranho como ainda sabendo que era errado eu ainda não conseguia controlar o que sentia, mas daqui para frente eu só espero que ele nunca descubra...

-Ei galera, vamos sair esse fim de semana? -Miley chamou
-Estou sem dinheiro - Nick reclamou.
-Tenho compromisso - Sel avisou
-Hm, para onde? - Perguntei
-Quer ir na minha casa? - Miley sugeriu.
-Pode ser. -Respondi, não estava muito animada com a ideia para falar a verdade, mas precisava de um tempo fora da minha realidade perturbadora.
-Ok. Então seremos só você e eu.

A semana passou lenta e minha motivação para fazer as coisas continuava sendo Joe, estranho como alguém que havia perdido a vontade de viver se recuperou tão rápido simplesmente por se apaixonar. No sábado fui para casa da Miley no período da tarde, foi melhor do que eu esperava, Miley e suas idiotices me fazia rir...

-Demi? Em que realidade você está?
-Me desculpa Miley, só... -naquele momento eu decidi dar uma chance a ela, decidi confiar nela, e contei...- Não consigo parar de pensar em uma pessoa...
-Joe?
-Está tão óbvio assim? - Me assustei.
-Um pouco, é que vocês são muito próximos - confesso que fiquei frustrada, não queria deixar meus sentimentos serem percebidos de tal maneira... - Mas se quer saber, eu apoio, seria um lindo casal...
-Miley, ele não pode saber ok? Me promete, promete que não vai falar nada, para ninguém.
-Tudo bem Demi. Vocês também são fofos como amigos. - eu sorri e agradeci.

Quando ficou mais tarde era hora de voltar para casa, fui o caminho inteiro pensando em maneiras de não demosntrar o que sentia, e no fim decidi que na verdade nada aparentemente tinha mudado, sempre fomos amigos próximos e por isso as pessoas falavam demais, só mudou que, para mim, virou realidade eu estar apaixonada, então decidi continuar assim, para também não perder a amizade que temos...

E foi assim, até o fim do ano, as férias de dezembro chegaram e nós conversavamos todas as noites por skype, eu sentia ciúmes dele quando ele contava sobre os lugares que havia ido e as meninas que havia conhecido, meus sentimentos sempre falavam mais alto. Era quase impossível ficar brava com ele, mas eu não sabia o que fazer.