Capitulo 3 - Jantar

-Eu te amo. -Eu disse sem pensar, era apenas o que eu precisava dizer, era a verdade, não importava que tipo de amor ele achasse que é, eu o amo em todos os sentidos.
 
Joe apenas se afastou um pouco de mim e olhou em meus olhos por um bom tempo e aos poucos ele foi se aproximando cada vez mais, e eu apenas fechei os olhos e aproveitei o beijo, que não durou muito mais valeu a pena.

- Me desculpa, eu... só, achei que... talvez você... - ele desistiu de continuar a frase e disse apenas - Eu também te amo.

-Nunca mais me peça desculpas por ter me beijado.

Ele ficou com vergonha e não soube o que responder, e nessa mesma hora Nick entrou em casa.

-Muito obrigado por não terem me esperado para a escola, nem me dado o endereço, por culpa de vocês eu acordei atrazado, perdi o onibus e conheci uma menina maravilhosa.

Kevin, que estava descendo as escadas perguntou:

-Espera, eu não entendi, isso é bom ou ruim?

-É também estou confuso. -Concordou Joe.

-Poderia ser bom, se ela pelo menos tivesse notado a minha presença. 

-Tadinho, mas você sabe o nome dela pelo menos?

-Selena!

-OMG!!! Não pode ser...

-O quee??

-Selena, é minha melhor e unica amiga...

-Eii - Joe protestou.

-Eu disse AMIGA benzinho...a não ser que... - Me defendi e ri da cara dele.

-Desculpa, pode continuar o que você estava dizendo -ele disse logo.

-Então quer dizer que eu me apaixonei pela sua amiga? -Nick quis confirmar.

-Acho que sim né...

-Isso é perfeito, você pode me ajudar a conhece-la melhor, a me aproximar dela...Você vai fazer isso por mim né Demizinha linda do meu coração, que eu amo muito - Ele fez carinha de cachorrinho pidão...

-Claro que eu vou ajudar!

-Ta bom Demi, ja pode parar de dar uma de cupido e se preparar para o jantar.- Joe disse e nessa mesma hora eu olhei para ele com medo, eu sabia exatamente do que ele estava falando, eu teria que contar sobre o bullying para minha mãe, ou ele o faria.

-Do que você está falando Joe? - Nick perguntou

-No jantar... -Eu logo impedi que ele dissesse qualquer coisa sobre o assunto e fui para o meu quarto.

Não muito tempo depois Joe entrou no quarto e perguntou:

-Quer ter duas noticias pra dar no jantar?

-Uma ja não é ruim o suficiente?

-Quer pelo menos me esperar dizer?

-Dizer o que?

-Na verdade pedir...

-Fala logo.

-Quanta delicadeza...

-Não enrola Joe, fala -Joguei uma almofada da cama nele.

-Ok, isso não é tão facil mais vamos lá... Demi, que eu te amo não é novidade, mais que eu te quero só pra mim, sendo mais que minha amiga talvez seja...Demi, você quer ser minha namorada?

-Aaaah, sim sim sim!! - Me joguei no colo dele e nós nos beijamos.

-Agora você tem 2 noticias para o jantar.

-Ééér...Eu realmente não tenho escolha?

-Desculpa amor, mais não tem não.

-Affs que namorado malvado esse meu. -Fiz bico.

-Não adianta fazer bico. -Ele me deu um selinho.

**No jantar**

Eu não sabia extamente o que estava sentindo, estava feliz por estar namorando o Joe, e ele estar me protegendo, mas dentro de poucos minutos minha mãe descobriria toda a verdade que eu escondi por cinco anos, e eu ainda não estava preparada para contar, não sabia qual seria a reação dela e confesso... estava com medo.

-Eu estou com você, sempre. - Joe susurrou no meu ouvido, e aquelas palavras me deixaram mais segura.

-Mãe...

-Sim filha...

-Eu preciso te contar uma coisa. Na verdade duas, muito séria, uma boa e uma ruim, qual você quer ouvir primeiro?

-Boa.

-Ok...Bom, - olhei para o Joe - prefere contar essa?

-Com prazer. Bom Dianna, na verdade primeiro peço desculpas por não ter te pedido permissão primeiro, mas a verdade é que eu amo sua filha e agora nós estamos namorando.

-Ah Joe querido, essa é uma ótima noticia, sempre achei que você e a Demi formavam um lindo casal... -
Disse minha mãe toda feliz.

-Finalmente assumiram que se amam. -Kevin logo disse.

-Verdade - Nick concordou.

-Ok!Chega gente, agora a noticia ruim... - Eu estava muito nervosa, mas eu precisava dizer - Mãe... me desculpe por ter escondido isso de você por cinco anos, mas a verdade é que eu sofro bullying desde que entrei naquela escola, ouço coisas horriveis sobre mim todos os dias, eu escolhi sofrer em silêncio mãe, por todo esse tempo eu preferi guardar a minha dor só pra mim, eu não queria que a senhora se sentisse culpada por nada, muito menos pelo que fazem comigo...

Eu não conseguia mais falar nada, olhei para minha mãe e ela estava chocada, aparentemente não sabia o que dizer e lágrimas escorriam por seus olhos, eu também já chorava, e estava me doendo vê-la chorando por minha culpa...

-Desculpa mãe - foi só o que consegui dizer.

-Meninos, acho que elas precisam ter uma conversa a sós. Vamos subir! -Joe disse, se levantando.

Joe, Nick e Kevin subiram, e provavelmente Joe explicaria tudo a eles.

-E por que só decidiu me contar isso agora?

-Como eu disse - eu já estava tendo mais forças para responder - não queria te ver sofrendo pelo o que eu sofro. E de que ia adiantar eu te contar? Você se esforça tanto para que eu tenha o melhor ensino que eu não tive coragem de dizer a verdade. Acredite mãe, foi só para não te magoar.

-Filha, eu sinto tanto, por não ter percebido isso antes, por não ter te perguntado como você estava, por ter procurado o melhor sem me importar com seus sentimentos, ou com o que você estava sentindo.

-Você nunca foi culpada mãe, não se sinta mal.Por favor.

-Me desculpa filha. -Ela chorou mais, se levantou e veio me abraçar. - Amanhã mesmo eu vou te tirar
daquela escola. Prometo.

-Mais e a Sel? Não posso deixa-la sozinha, ela minha melhor amiga e passa por esse mesmo tipo de situação todos os dias, uma da forças para outra ser forte mãe.

-Eu vou falar com a mãe da Selena.

-Obrigada.

E por um instante eu senti que as coisas agora mudariam, e pra melhor, e eu poderia relembrar o que é ser feliz de verdade...

-Agora vai dormir filha, você não vai para escola amanhã, mas já está tarde.

-Ok. Boa Noite mãe.

-Boa noite meu anjo.

Eu fui até meu quarto, peguei meu pijama e tomei um banho, estava deitada na cama olhando as marcas dos cortes que eu havia feito em meus braços, cada uma significava um momento doloroso da minha vida, e era ali, cortando meus braços que eu fazia a dor passar, ninguém sabia disso, e eu não deixaria ninguém saber.

Batidas na porta interromperam meus pensamentos e eu apenas falei  "pode entrar"...

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